Novak Djokovic confirma calendário apenas de Slams no US Open 2025

Quando Novak Djokovic, serbio subiu ao púlpito de imprensa do US OpenNew York em 22 de agosto, a resposta foi direta: "Não tenho agenda além dos Slams, para ser honesto". O tenista, com 38 anos, deu um basta nas giras pelos Masters e explicou que a decisão nasce de duas coisas simples – mais tempo com a família e a sensação de que o corpo já não aguenta duas semanas seguidas de jogos intensos.
Contexto: um calendário que não dá trégua
Desde que ATP impõe aos 30 melhores da temporada a obrigação de disputar os quatro Grand Slams e oito dos nove Masters 1000, a maioria dos top players vive num ciclo de torneios que mal deixa espaço para férias. A exceção, segundo a análise da TenisBrasil, tem sido reservada a atletas com carreiras extensas – caso que, em 2025, encaixa perfeitamente o sergiano.
Os números da temporada 2025
Mesmo reduzindo o calendário, Djokovic não ficou de braços cruzados. Entre dezembro de 2024 e setembro de 2025, ele:
- Conquistou o 100.º título da ATP, tornando‑se o primeiro a vencer um torneio em 20 anos consecutivos (2006‑2025).
- Alcançou as semifinais de todos os quatro Grand Slams, sendo o jogador mais velho a conseguir tal feito (38 anos e 103 dias).
- Batendo recordes, chegou a 397 vitórias em partidas de Grand Slam e 418 triunfos em torneios Masters 1000, superando Rafael Nadal.
- Superou Roger Federer em número de vitórias em quadras duras, totalizando 194 conquistas.
Esses números mostram que menos torneios não significam menor rendimento – apenas maior foco.
Por que abandonar os Masters?
Durante a coletiva, o sérvio descreveu os Masters 1000 como "excessivamente longos" e "cansativos". Ele citou, por exemplo, a decisão de não jogar em Madrid e Roma antes do Roland Garros, bem como a tradicional dupla Canadá‑Cincinnati que antecede o US Open. "Já não sinto prazer nas duas semanas seguidas de competição", disse.
Além do desgaste físico, há um aspecto humano: "Quero estar mais presente para meus filhos". No momento, Djokovic tem três filhos, e a demanda de viagens constantes teria limitado o tempo em família.

Reação da comunidade tênis
Especialistas apontam que a postura de Djokovic pode abrir precedentes. O diretor de competições da ESPN Brasil comentou que "o caso de Djokovic força a ATP a repensar as regras de participação obrigatória, principalmente para atletas acima dos 35 anos".
Por outro lado, alguns dirigentes dos torneios Masters argumentam que a presença das estrelas garante bilheteria e audiência. "É um delicado equilíbrio entre saúde do atleta e interesses comerciais", afirmou um representante não identificado.
Impacto futuro e possíveis mudanças
Se mais veteranos adotarem a estratégia de "só Slams", a ATP pode ser pressionada a criar categorias de eventos mais curtos ou a oferecer isenções mais amplas. A própria TenisBrasil sugeriu que um aumento substancial de premiações poderia compensar a redução de jogos, tornando o calendário menos extenuante.
Enquanto isso, a expectativa dos fãs é outra. Muitos temem que a ausência de Djokovic nos Masters diminua a competitividade, mas outros enxergam a oportunidade de novos talentos brilharem nos eventos de segunda linha.

Resumo dos fatos principais
- 22/08/2025 – Conferência de imprensa no US Open, Nova York.
- Djokovic elimina todos os Masters 1000 da agenda pós‑Roland Garros.
- 100.º título da ATP, recorde de vitórias em Grand Slams (397) e Masters 1000 (418).
- Decisão justificada por família e desgaste físico.
- Possível revisão das regras da ATP para jogadores veteranos.
Perguntas Frequentes
Como essa decisão afeta os fãs de tênis?
Os torcedores perderão a presença de Djokovic em torneios como Madrid e Roma, o que pode reduzir a animação desses eventos. Por outro lado, a expectativa cresce para os Slams, onde o sérvio ainda disputará títulos. A ausência dele nos Masters abre espaço para novos nomes ganharem destaque.
Qual é a justificativa oficial da ATP?
A ATP reconhece que jogadores acima de 35 anos podem solicitar isenção das exigências de participação nos Masters 1000, desde que apresentem histórico de lesões ou justificativas plausíveis. O caso de Djokovic pode servir de referência para futuras solicitações.
Djokovic ainda pode disputar os quatro Grand Slams?
Sim. A regra que obriga os top‑30 a participar dos Slams não tem exceções de idade, então ele continua elegível a todos os quatro torneios maiores, algo que ele confirmou que continuará sendo o foco da sua temporada.
Quais são os argumentos dos críticos da decisão?
Alguns críticos apontam que a presença de grandes nomes nos Masters eleva o nível de competição e a atratividade comercial. Eles temem que a redução de estrelas em eventos de segundo nível possa afetar patrocinadores e a divulgação do esporte.
O que pode mudar nas regras da ATP no futuro?
Especialistas prevêem que a ATP pode criar uma categoria "Veteranos" com requisitos de participação mais flexíveis ou oferecer bônus financeiros para atletas que cumpram o calendário completo, equilibrando saúde do jogador e necessidades comerciais.
Júlia Rodrigues
outubro 12, 2025 AT 03:12Djokovic decidiu abandonar os Masters e isso é um marco de mudança estratégica que parece mais um movimento de branding pessoal do que um ajuste de calendário tradicional. A lógica de “mais tempo com a família” soa como um discurso de relações públicas para acalmar stakeholders. O atleta, já com 38 anos, está claramente buscando otimizar seu ROI de vitórias nos Grand Slams. O termo “excessivamente longos” usado por ele pode ser visto como um alerta de sobrecarga de carga de trabalho nas fases críticas do calendário. Essa decisão cria uma sinergia entre performance e longevidade que pode ser replicada por outros top players. A ATP terá que reavaliar seu modelo de exigência de participação obrigatória e considerar um novo framework de benchmarking de saúde dos atletas. A ideia de isenções para veteranos pode gerar um efeito de cascata no turismo esportivo. A audiência dos Masters pode sofrer uma queda de viewership que afeta os contratos de broadcasting. Enquanto isso, os patrocinadores podem realinhar seus investimentos focando nos Slams como principais vitrines. O mercado de merchandising também vai sentir o impacto da menor exposição em eventos de segunda linha. A estratégia de Djokovic pode ser interpretada como um case study de gerenciamento de energia corporal aliado à maximização de legacy. Os analistas esportivos vão acompanhar de perto como essa mudança afetará a competitividade nos torneios de nível 1000. A narrativa de “menos torneios, mais foco” ressoa com a tendência de especialização de nicho no alto desempenho. Em resumo, o movimento de Djokovic redefine o equilibrio entre performance e qualidade de vida no tênis profissional. A comunidade deve se preparar para possíveis ajustes regulatórios nos próximos anos.