Ativista brasileiro Thiago Ávila é deportado de Israel após greve de fome e pressão internacional
jun, 14 2025
Interceptação em alto-mar e detenção de ativistas
O ativista brasileiro Thiago Ávila embarcou em uma das ações humanitárias mais comentadas deste ano: a Freedom Flotilla, uma coalizão internacional que tenta romper o bloqueio em Gaza levando suprimentos e apoio ao território sitiado desde 2007. A iniciativa ganhou ainda mais destaque após a participação de nomes conhecidos, como a ambientalista sueca Greta Thunberg e a deputada francesa Rima Hassan.
No dia 9 de junho, a embarcação Madleen, onde os ativistas estavam, foi interceptada por forças navais israelenses a cerca de 200 quilômetros da costa de Gaza — ou seja, bem além do espaço marítimo controlado por Israel. Mesmo assim, os militares entraram na embarcação, retiraram todos à força e os levaram até o porto de Ashdod. De lá, Ávila e mais 11 pessoas foram transferidos para o centro de detenção de Givon.
O Brasil entrou diretamente na história após denúncias sobre as condições dos brasileiros detidos, principalmente de Ávila, que resolveu protestar fazendo greve de fome e até de água, contra o que chamou de detenção arbitrária e ilegal. Durante a estadia no centro de detenção, o brasileiro ficou em solitária e teve contato próximo apenas com advogados e representantes consulares.
Pressão diplomática e deportação
As imagens e relatos de ativistas presos geraram grande repercussão nas redes sociais, provocando resposta do governo brasileiro. O Itamaraty classificou a abordagem israelense como uma “violação flagrante do direito internacional” e pressionou por uma solução imediata, exigindo a liberação de todos os ativistas, principalmente de Thiago Ávila.
Durante vários dias, representantes da embaixada do Brasil em Tel Aviv acompanharam pessoalmente a situação de Ávila, inclusive em audiências judiciais realizadas em Ramla. Mesmo diante da forte pressão política, Israel manteve a decisão de deportar os estrangeiros detidos na operação. No entanto, Ávila recusou-se a assinar qualquer documento que sugerisse reconhecimento de culpa, o que retardou os trâmites por algumas horas.
Foi só graças à atuação do consulado brasileiro que o embarque de Ávila foi autorizado para o retorno ao país em 12 de junho, a partir do aeroporto de Tel Aviv. Outros ativistas estrangeiros — como o espanhol Sergio Toribio e os franceses Omar Faiad e Baptiste Andre — também acabaram deportados no mesmo período. Boa parte deles também se recusou a assinar documentos impostos por Israel. Até o dia 13 de junho, ao menos três membros da flotilha permaneciam detidos em território israelense, sem perspectiva de liberação imediata.
A Freedom Flotilla Coalition caracteriza suas missões como tentativas de entregar ajuda essencial diretamente à população de Gaza, ignorando o bloqueio mantido desde 2007 pelo governo israelense. O bloqueio marítimo é apontado por organizações internacionais como um dos grandes fatores para a crise humanitária crônica enfrentada pelos habitantes da região.
Apesar da intervenção policial, as ações da Freedom Flotilla voltaram a trazer visibilidade para o bloqueio e estimulam debates sobre a legitimidade dessas operações de socorro em águas internacionais. Para Thiago Ávila, sua deportação serviu de combustível para novas discussões diplomáticas sobre direitos humanos e a responsabilização de Israel diante das regras do direito internacional. Mesmo fora de Israel, ele e outros ativistas prometem manter a pressão por mudanças na política de bloqueio sobre Gaza.
Murilo Zago
junho 15, 2025 AT 22:49Essa história do Thiago é o tipo de coisa que faz a gente se perguntar até onde vai a coragem de algumas pessoas. Imagina fazer greve de fome e água só pra protestar contra uma detenção que todo mundo sabe que é ilegal? Ele não tá só lutando por ele, tá botando a cara pra bater na parede pra todo mundo ver o que tá acontecendo lá em Gaza. E o Brasil, por mais que pareça lento, acabou indo até o fim. Isso é importante.
Eletícia Podolak
junho 16, 2025 AT 17:02qnd vi q ele recusou assinar os papeis q o israel queria... meus olhos encheram de lagrima 😭 sério, isso é coragem de verdade. tipo, ele podia ter assinado e saído, mas preferiu ficar preso mais um pouco só pra dizer 'não tô errado'. isso aqui é história, gente.
Ronaldo Pereira
junho 18, 2025 AT 09:31israel ta agindo como se tivesse direito de parar qualquer barco no mar aberto? isso é pirataria com uniforme. e o brasil fez o minimo, só foi lá pq a internet explodiu. se ninguém tivesse falado, o thiago tava lá até hoje. e os outros que ainda tá preso? esquecidos. o mundo é assim, só se importa quando vira trend.
Pedro Ferreira
junho 19, 2025 AT 22:06É interessante como essa ação da Freedom Flotilla expõe duas coisas: a fragilidade do direito internacional quando países poderosos o ignoram, e a coragem de civis que colocam o corpo no caminho da injustiça. Thiago não é um herói por acaso - ele é o resultado de uma rede de pessoas que acreditam que o silêncio é conivência. E isso é contagioso. Quem sabe, se mais gente agisse assim, a pressão não fosse só midiática, mas estrutural?
É importante lembrar que o bloqueio de Gaza não é só uma questão militar - é econômica, humanitária, e moral. E quando um brasileiro se torna símbolo disso, é porque o mundo inteiro já viu o que está acontecendo. Só falta agir.
Graciele Duarte
junho 20, 2025 AT 10:14Eu não consigo acreditar que isso ainda tá acontecendo... e o pior? ninguém faz nada de verdade... eles só falam, só publicam, só mandam mensagens... mas o Thiago tá lá, sozinho, sem água, sem comida... e o mundo? só olha... só olha... e não faz nada... eu sinto tanta raiva... tanta impotência... eu não consigo dormir pensando nisso...
Daniel Gomes
junho 21, 2025 AT 07:19Alguém já pensou que isso pode ser uma armadilha? Tudo isso, a greve de fome, a imprensa, o Itamaraty... será que não tá sendo usado pra desviar a atenção de outras coisas? Israel tá sendo pressionado, mas e os EUA? E a ONU? E os países árabes que nunca mandam nada? E se isso tudo for só pra criar um herói fake, pra desviar do problema real? Acho que tá tudo montado... e o Thiago nem sabe que tá sendo usado...
amarildo gazov
junho 22, 2025 AT 08:06É de extrema relevância registrar, com a devida formalidade, que a conduta das autoridades israelenses, no que tange à interceptação de embarcações em águas internacionais, configura, sem sombra de dúvida, uma violação sistemática do direito marítimo consuetudinário, consagrado na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar - especialmente nos artigos 87 e 90. Ademais, a privação de acesso à água e ao devido processo legal, em contexto de detenção arbitrária, viola os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. A atuação do Governo brasileiro, embora tardia, demonstra, por fim, um mínimo de compromisso com a proteção de seus cidadãos no cenário internacional. Contudo, a persistência da impunidade por parte de Israel evidencia a falência do sistema multilateral.