Fluminense leva gol no fim, perde para o Lanús e se complica na Copa Sul-Americana

Fluminense leva gol no fim, perde para o Lanús e se complica na Copa Sul-Americana set, 20 2025

Gol aos 44 do segundo tempo muda a série: Lanús 1 x 0 Fluminense

Um único lance, no apagar das luzes, reescreveu a noite em La Fortaleza. Aos 44 do segundo tempo, Marcelino Moreno acertou o canto e deu ao Lanús a vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense no jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. O resultado não só mexeu com o placar: mexeu com o humor, a estratégia e a leitura da série.

O estádio Ciudad de Lanús, tomado por mais de 35 mil pessoas, empurrou o time da casa desde o primeiro minuto. Mesmo com cinco desfalques por lesão, o Lanús foi disciplinado sem a bola e agressivo quando a recuperava. No lado esquerdo, Moreno e Salvio criaram as melhores conexões, alternando infiltrações curtas com cruzamentos no segundo pau. Um chute de Sasha Marcich raspou o travessão e arrancou suspiros da arquibancada.

O Flu, por sua vez, escolheu o caminho da segurança. Linhas médias, laterais contidos e muita preocupação em proteger a entrada da área. Funcionou por boa parte do tempo. A equipe brasileira cometeu menos faltas (10 contra 15), deu menos espaço para transições e conseguiu manter a bola por mais tempo: 52,1% de posse contra 47,9% dos argentinos. Na prática, isso rendeu mais finalizações (13 a 7). Faltou, porém, capricho no último toque.

As chances tricolores apareceram mais em arremates de média distância e bolas alçadas, sinal de que o time não encontrou os corredores por dentro. Nas raras vezes em que quebrou a primeira linha de pressão, a última tomada de decisão traiu o lance: passes um pouco mais longos, cruzamentos sem endereço e um ou outro domínio defeituoso. O goleiro do Lanús trabalhou menos do que o volume do Flu sugeria.

O jogo parecia caminhar para um 0 a 0 aceitável para os dois lados, quando Moreno decidiu. Recebeu pelo corredor esquerdo, trouxe para o meio com tranquilidade e bateu colocado, rente à trave. Foi a assinatura de um jogador que já vinha sendo o mais incisivo da partida. A defesa tricolor, até então firme, foi pega no contrapé por um detalhe de posicionamento e um pouco de espaço demais na meia-lua.

O gol tardio do Lanús pesa por dois motivos. Primeiro, pela energia que injeta no vestiário argentino: vencer no fim, diante de casa cheia, une e fortalece. Segundo, porque desmonta a leitura do Flu para a volta. A ideia de administrar fora e decidir no Rio ficou mais cara; agora, o Maracanã vira palco de uma obrigação: aumentar a agressividade, acelerar por dentro e transformar posse em ocasiões claras.

O que muda para o jogo de volta no Maracanã

O que muda para o jogo de volta no Maracanã

A série ainda está aberta, mas sem margem para outro jogo morno do Flu. Em casa, a equipe vai precisar empurrar o Lanús para trás desde o começo, com mais presença entrelinhas e infiltrações às costas dos volantes argentinos. O time de Buenos Aires mostrou que, mesmo desfalcado, sabe fechar a área e esfriar ritmo. Forçar mais combinação curta na área e entrar com mais gente na zona de finalização deixa de ser opção e vira necessidade.

Há um recado claro do primeiro jogo: o volume do Fluminense não virou chances cristalinas. Trechos de pressão existiram, mas as 13 finalizações se dividiram entre chutes travados e tentativas de fora. Ajustes simples fazem diferença num confronto desse tamanho: atacar o espaço do lado cego dos zagueiros, aproximar mais os meias, variar a altura do cruzamento e buscar a segunda bola no rebote.

Do outro lado, o Lanús vai a campo com um manual bem definido: bloco compacto, tempo certo para morder no meio e saída veloz pelo flanco esquerdo. Com a vantagem mínima, a equipe argentina não precisa se expor. Vai tentar perder tempo no bom sentido do jogo: quebrar o ritmo, alongar posse quando puder e atacar só quando o Flu esticar demais suas linhas. Se recuperar alguns lesionados, ganha pernas para manter a intensidade até o fim; se não, já provou que o plano funciona com garotos e veteranos.

O ambiente no Maracanã tende a jogar a favor do Flu, e isso costuma acelerar decisões dentro de campo. É uma faca de dois gumes. Pressionar alto desde o início pode render roubadas no terço final, mas também abre campo para contra-ataques. O equilíbrio está em escolher onde arriscar: encurtar espaço no setor do armador do Lanús e proteger a meia-lua, que foi justamente por onde saiu o gol de Moreno.

Alguns números ajudam a explicar o que precisa mudar. Com 52,1% de posse, o Flu teve controle, mas não converteu em grandes ocasiões. A diferença de faltas (10 a 15) revela um time brasileiro mais limpo nos duelos, mas talvez um pouco brando para interromper a transição rival. Em duelos decisivos, vale a falta tática no meio para não sofrer o último passe.

Individualmente, Marcelino Moreno foi o nome da noite. Encarou, prendeu bola quando precisou respirar e finalizou com frieza. Salvio, pelo lado, abriu caminhos alternando largura e infiltração. Do lado tricolor, faltou alguém para assumir o protagonismo nos metros finais: o jogador que gira no curto, chama a marcação e encontra a última bola. Em jogos assim, um drible bem-sucedido dentro da área vale mais do que três cruzamentos.

Para a volta, três perguntas guiam o Flu: quem quebra linhas no passe vertical? Quem pisa mais na área para finalizar a jogada? E como evitar que o Lanús repita o chute frontal que decidiu a ida? As respostas passam por reajustes na movimentação do meio, um ponta com mais diagonais curtas e um volante atento ao rebote fora da área.

A derrota por 1 a 0 não é sentença. É aviso. O Lanús mostrou resiliência, organização e um toque de oportunismo. O Fluminense tem elenco, casa cheia a favor e tempo para corrigir o plano. No Maracanã, a história muda com detalhes: intensidade no começo, precisão no último passe e frieza quando pintar a chance. A série pede personalidade. E vai cobrar caro de quem desligar por um segundo que seja.

20 Comentários

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    Valter Barbasio

    setembro 22, 2025 AT 17:54
    Puts, o Fluminense tá jogando como se tivesse medo da própria sombra. 52% de posse e só 13 chutes? Tá faltando coragem, não tá faltando técnica. O Lanús não é o Bayern, é só um time que soube aproveitar o erro.
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    Zezinho souza

    setembro 23, 2025 AT 03:26
    Acho que o problema não é só o gol no fim. É que o time não tem ninguém que saiba decidir no último metro. Todos passam, ninguém encara o zagueiro.
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    thiago maeda

    setembro 24, 2025 AT 16:32
    o lanús foi muito esperto... fechou o jogo como se tivesse um exército na defesa... e o flu? só ficou jogando bola pro lado... sem criatividade... que tristeza
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    Carolina Gandara

    setembro 26, 2025 AT 01:16
    Essa derrota é um reflexo da falta de liderança no grupo. O técnico não tem coragem de mudar o sistema, e os jogadores não têm personalidade para tomar a partida nas mãos. Isso aqui não é futebol, é tragédia grega.
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    Juliana Takahashi

    setembro 26, 2025 AT 10:14
    A beleza do futebol está justamente nisso: o detalhe que muda tudo. Um passe errado, um posicionamento de um centímetro, um chute colocado. O Lanús não foi melhor, só foi mais eficiente no momento crucial. O Flu tem tempo para corrigir, mas precisa entender que técnica sem intenção é apenas movimento.
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    Francesca Silva

    setembro 28, 2025 AT 04:22
    O gol foi feio, mas o jogo foi pior... o flu não teve coragem de ir pra cima... só ficou esperando o erro do outro...
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    Mateus Lopes

    setembro 29, 2025 AT 11:25
    Nem tudo está perdido. O Maracanã vai tremer. A torcida vai gritar como nunca. E quando o primeiro gol sair, todo o peso dessa derrota vai virar combustível. Acredito no Flu. Acredito na força do nosso povo. Isso aqui é só o primeiro capítulo.
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    Letícia Lima

    setembro 29, 2025 AT 12:13
    Essa equipe tá desmotivada desde o começo do ano. Se o técnico não tirar o 4-2-3-1 e botar um atacante de verdade, vai acabar sendo eliminado de forma vergonhosa. E não adianta falar em posse de bola, ninguém vai te aplaudir por passar 20 vezes no meio sem fazer nada.
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    Danilo Carvalho

    setembro 29, 2025 AT 23:30
    Se o Flu tivesse jogado como o Corinthians, já tava classificado. Mas claro, o Flu prefere perder com elegância. 52% de posse? Que orgulho. Eles passaram mais que o Barcelona na final da Champions de 2015.
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    Camila Ferreira da Costa

    setembro 30, 2025 AT 08:13
    O jogo foi até tranquilo até o gol. Depois, só silêncio. A torcida não gritou. Os jogadores não reagiram. É como se soubessem que já estava perdido.
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    Iasmin Santos

    outubro 1, 2025 AT 12:40
    a vida é um gol no ultimo minuto e o flu nunca aprendeu a viver isso
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    Ricardo Soares

    outubro 1, 2025 AT 17:22
    O Maracanã vai ser um inferno de emoção! 🌪️ O povo vai gritar tanto que o Lanús vai achar que tá no Rio! O Flu tem que jogar com o coração, não com o manual! Vamos lá, tricolor! 💪🔥
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    Marcos Roberto da Silva

    outubro 2, 2025 AT 12:51
    Analisando a estrutura tática do Lanús, observa-se uma compactação espacial em bloco de 4-4-2 com alta pressão no terço intermediário, o que gerou uma restrição funcional nas linhas de passe do Flu. A ausência de um jogador de referência na área, combinada com a baixa densidade de finalizações de dentro da área (apenas 3 chutes dentro da área em 13 tentativas), evidencia uma falha estrutural na transição ofensiva. A solução proposta é a implementação de um sistema 3-4-3 com wing-backs avançados, permitindo maior amplitude e sobrecarga no setor esquerdo, onde o Lanús demonstrou vulnerabilidade estrutural em 78% das transições defensivas.
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    @pai.tri.fellipebarros Barros

    outubro 3, 2025 AT 07:38
    Se o Flu fosse um filme, seria aquele drama de 3h que ninguém termina. O gol foi só o final triste. O resto foi a cena inteira de gente olhando pro teto esperando milagre.
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    marco antonio cutipa

    outubro 3, 2025 AT 18:27
    A derrota é consequência lógica de uma gestão esportiva falha. O clube prioriza marketing sobre desenvolvimento de talentos, e isso se reflete na falta de profundidade técnica. O técnico, por sua vez, opera com um modelo tático obsoleto, desconsiderando a evolução do futebol moderno. A eliminação é apenas o sintoma. A doença é sistêmica.
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    Murilo Zago

    outubro 4, 2025 AT 14:28
    Alguém sabe se o Lucas Paquetá vai jogar na volta? Se não, o Flu tá sem referência. O que o time precisa é de alguém que saiba criar espaço com o corpo, não só com o pé.
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    Eletícia Podolak

    outubro 4, 2025 AT 22:52
    calma, galera... o jogo ainda não acabou... o Maracanã é um templo... o Flu tem que acreditar... e se a gente torcer junto, a gente vira o jogo
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    Ronaldo Pereira

    outubro 6, 2025 AT 06:00
    o gol foi no fim mas o jogo foi perdido no começo... o flu ta sem identidade... e o técnico ta com medo de botar o ataque
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    Pedro Ferreira

    outubro 8, 2025 AT 00:15
    O que me preocupa não é só o resultado, mas o silêncio que se instalou. O time não tem mais voz. Não tem mais quem levante a mão e diga 'vamos jogar'. O futebol é feito de coragem, não só de passes. E aí, quem vai ser o líder que vai tirar o Flu desse coma tático?
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    Valter Barbasio

    outubro 8, 2025 AT 00:39
    E o pior? O goleiro do Lanús nem precisou se esticar direito. O Flu tá entregando o jogo de bandeja. Se não mudar, vai ser eliminado sem nem sofrer um gol de falta.

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