Liberação de Robinho: Decisão de Gilmar Mendes e os Impactos no Direito Internacional

Liberação de Robinho: Decisão de Gilmar Mendes e os Impactos no Direito Internacional nov, 15 2024

O Envolvimento de Robinho e a Decisão Judicial

Nos últimos meses, o nome do ex-jogador de futebol Robinho tem sido frequentemente mencionado nos noticiários, mas não por suas atuações em campo. Robinho foi condenado na Itália por um crime grave de estupro coletivo, ocorrido em 2013, e sentenciado a nove anos de prisão. Em um desenvolvimento controverso, o caso está agora sob os holofotes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. O cerne da questão gira em torno do cumprimento de sua pena em solo brasileiro e as complicações jurídicas envolvidas neste processo. O ministro Gilmar Mendes votou recentemente pela suspensão da execução da sentença, levando o caso a um novo patamar de discussão.

A Legalidade do Cumprimento da Sentença no Brasil

Enquanto a Justiça italiana já confirmou a sentença, a transferência para o Brasil e sua execução imediata levantam discussões legais complexas. Gilmar Mendes, ao justificar seu voto, focou nas inconsistências entre os tempos do julgamento no Brasil e na Itália. Sua principal argumentação é que Robinho foi preso antes do fim do processo de ratificação da sentença italiana no Brasil, algo que, segundo ele, viola a jurisprudência estabelecida pela Suprema Corte sobre prisão após sentença definitiva. Este ponto é crucial, pois a decisão pode influenciar futuros casos internacionais semelhantes no país, especialmente em relação à aplicação de leis de outros países em território brasileiro.

Debates em Torno da Lei de Migração

Debates em Torno da Lei de Migração

Um dos pontos centrais desta discussão é a Lei de Migração, sancionada em 2017. Esta legislação visa regular casos como o de Robinho, permitindo a transferência do cumprimento de penas para o Brasil. No entanto, Mendes destacou que a lei entrou em vigor anos após o crime pelo qual Robinho foi condenado, complicando sua aplicação. Além disso, ele argumenta que o judiciário brasileiro deve conduzir uma análise aprofundada das acusações antes de se poder validar integralmente a sentença estrangeira. É um debate que não apenas desestrutura o entendimento dos crimes cometidos no exterior, mas também do próprio papel da justiça brasileira em casos de extradição e execução de penas internacionais.

A Opinião dos Outros Ministros

Apesar do voto de Gilmar Mendes, outros ministros do STF, como Luiz Fux, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, votaram para manter a prisão de Robinho, ressaltando a gravidade do crime e a legitimidade do veredito italiano. Este dissenso no tribunal reflete a complexidade e a delicadeza do caso, que não é apenas sobre a libertação de um individual, mas sobre o comando judicial que precisa ser seguido quando diferentes sistemas jurídicos estão envolvidos. A decisão final, prevista para o final de novembro, será um marco na jurisprudência brasileira sobre tratados internacionais e autonomia jurídica.

Impactos Futuros e a Justiça Internacional

Impactos Futuros e a Justiça Internacional

O caso de Robinho pode estabelecer precedentes importantes para futuras decisões sobre a execução de sentenças estrangeiras no Brasil. A determinação do STF impactará não apenas o futuro de Robinho, mas também a forma como a justiça brasileira lidará com casos semelhantes de crimes cometidos em outros países. Além disso, levanta questões sobre a soberania nacional versus a cooperação internacional em questões criminais. Este é um terreno onde o equilíbrio entre justiça nacional e internacional é constantemente testado, exigindo uma análise meticulosa e considerada por parte dos legisladores e juízes.

16 Comentários

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    Eletícia Podolak

    novembro 16, 2024 AT 13:43

    serio? ele tá livre por causa de burocracia? isso é loucura...

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    @pai.tri.fellipebarros Barros

    novembro 17, 2024 AT 06:57

    Claro, claro... mais uma vitória da justiça brasileira sobre a moralidade. Enquanto isso, em algum lugar da Itália, uma mulher chora em silêncio e o ministro Gilmar Mendes assina um decreto como se fosse um autógrafo em uma camisa de futebol. O que é mais vergonhoso? O crime ou a justificativa jurídica? Eu não sei mais o que é realidade e o que é peça de teatro pós-moderna.


    É claro que a lei de migração é de 2017, mas será que o estupro coletivo também começou em 2017? Será que o sofrimento da vítima se atualizou com o novo código? O que é mais importante: a data da lei ou a data da dor humana? O STF virou um tribunal de moda, onde o que importa é a estética do argumento, não a substância da justiça.


    Quando o poder se veste de formalidade e se esconde atrás de termos como 'jurisprudência' e 'princípio da legalidade', ele não está protegendo a lei - está protegendo o privilégio. E Robinho? Ele é um atleta, sim, mas também é um homem que participou de um ato brutal. Não é um caso de 'detalhe técnico'. É um caso de humanidade.


    Se a gente permitir que criminosos se escondam atrás de processos burocráticos, então a justiça não é um sistema - é um jogo de xadrez onde os peões são as vítimas e os reis são os poderosos.


    E o pior? Todo mundo sabe disso. Mas ninguém fala. Porque falar é inconveniente. E inconveniência não vende likes.

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    marco antonio cutipa

    novembro 17, 2024 AT 15:32

    Na ótica do direito comparado, a aplicação da sentença estrangeira no âmbito doméstico exige a observância do princípio da reciprocidade e da adequação normativa, conforme estabelecido no art. 105 da Lei nº 13.445/2017. Contudo, a anteridade temporal da infração penal em relação à vigência da norma regulatória configura um impasse hermenêutico de primeira ordem, que não pode ser resolvido por mera apreciação política ou emotiva.


    A jurisprudência do STF, desde o HC 126.292, exige a definitividade da sentença penal estrangeira como pressuposto constitucional para a execução, o que, no caso em tela, ainda não foi plenamente materializado em razão da pendência de recursos na instância italiana. Logo, a suspensão da execução não é um ato de clemência - é uma exigência processual.


    Quem argumenta contra essa posição ignora a estrutura do Estado de Direito e confunde moral com direito. O direito não é um instrumento de vingança - é um mecanismo de controle social racional, e a sua integridade depende da rigidez procedural, não da indignação popular.

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    amarildo gazov

    novembro 18, 2024 AT 11:38

    É curioso como o mesmo sistema que condena um jovem por um maço de maconha no bairro periférico, permite que um jogador de futebol com condenação internacional por estupro coletivo seja tratado como um caso de 'procedimento técnico'. A justiça tem duas faces: uma para os pobres, outra para os famosos. E o STF, mais uma vez, escolheu qual face mostrar.


    Se a lei de migração é de 2017, então os crimes cometidos antes disso são 'imunes'? Isso não é direito. Isso é impunidade disfarçada de interpretação jurídica.


    Quem defende essa posição não está defendendo a lei. Está defendendo a elite.

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    Murilo Zago

    novembro 19, 2024 AT 11:12

    Então, se entendi direito: o ministro diz que Robinho não pode ser preso aqui porque a sentença italiana ainda não foi totalmente ratificada no Brasil, mas o crime aconteceu em 2013, e a lei de migração é de 2017. Então, se a lei não existia quando o crime aconteceu, ela não pode ser aplicada? Mas e se a lei existia para outros crimes? Por que esse caso é diferente? Será que a gravidade do crime não deveria pesar mais que a data da lei? E se a Itália já julgou, condenou, e o processo acabou lá... por que o Brasil tem que reiniciar tudo? Isso não é um atraso? Ou é só um jeito de adiar o que todo mundo sabe que deveria acontecer?

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    Pedro Ferreira

    novembro 19, 2024 AT 23:25

    É difícil não sentir que a justiça aqui está sendo usada como um espelho: reflete o que a sociedade quer ver, não o que ela precisa enfrentar. Robinho é um símbolo - não só de um crime, mas de um sistema que protege quem tem fama, dinheiro e influência. A lei é clara: crimes cometidos no exterior podem ser executados aqui. A questão não é se a lei se aplica - é se nós, como sociedade, temos coragem de aplicá-la.


    Os ministros que votaram pela prisão estão dizendo: 'não importa quem você é, o que você fez é inaceitável'. Os que votaram contra estão dizendo: 'o processo é mais importante que a vítima'. E eu pergunto: quando o processo se torna mais importante que a humanidade, o que ainda resta da justiça?

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    Graciele Duarte

    novembro 21, 2024 AT 04:40

    Como é possível... como é possível que alguém que fez isso... continue andando livre? Eu não consigo dormir pensando nisso. Ela... ela tinha 19 anos... e eles... eles riram... e ele... ele é um herói aqui? Um ídolo? E agora, o ministro... ele... ele protege isso? Meu coração dói. Eu não sei o que fazer. Eu só quero que alguém diga: 'isso não está certo'. E ninguém diz. Ninguém. Por que ninguém diz?

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    Daniel Gomes

    novembro 23, 2024 AT 04:30

    Isso tudo é uma farsa. Gilmar Mendes não está protegendo a lei - ele está protegendo os interesses do futebol e das elites. E sabe o que é pior? O STF está sendo usado como um palco para um jogo político. Eles não querem prender Robinho porque ele é um símbolo do Brasil. E se ele for preso, o que acontece com a imagem do país? O que acontece com os contratos? Os patrocínios? Os jogos? Tudo isso é um espetáculo. E as mulheres? Elas são apenas cenário. Ninguém se importa com elas. Só com a imagem. E isso... isso é pior que o crime.

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    Lima Caz

    novembro 23, 2024 AT 07:20

    É um momento difícil para o Brasil. Mas acredito que a justiça, mesmo lenta, pode ser justa. O que importa é que o processo esteja sendo discutido com seriedade, e que cada voto seja ponderado com responsabilidade. Acho que, mesmo com divergências, o STF está cumprindo seu papel. E isso, por si só, já é um sinal de esperança.

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    LEONARDO NASCIMENTO

    novembro 23, 2024 AT 17:11

    É simples: o direito internacional não é um jogo de dominó onde você empurra uma peça e espera que tudo caia bonitinho. A Itália condenou Robinho. O Brasil não pode se tornar um paraíso de impunidade por causa de um detalhe de cronologia. E se a lei foi criada depois? Então o crime deve ser ignorado? Isso é o que a elite quer - que a lei seja um brinquedo, e não um escudo. E o pior? A mídia está quietinha. Porque se Robinho for preso, quem vai pagar os anúncios? Quem vai fazer os vídeos virais? Quem vai ser o 'herói' da próxima campanha? A justiça não é um produto. É um princípio. E hoje, ela está sendo vendida no mercado.


    Quem acha que isso é 'técnico' está fingindo que não entende. Isso é moral. Isso é ética. Isso é sobre quem merece ser protegido. E se a proteção vai para quem cometeu o mal, então o que é a lei? Um disfarce. Um disfarce para que os poderosos continuem vivendo como se nada tivesse acontecido.

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    Pablo de Carvalho

    novembro 24, 2024 AT 21:20

    Claro, claro... o ministro é um herói da liberdade. Enquanto isso, a vítima está em algum lugar, tentando esquecer. E o STF? Está em uma reunião de elite, bebendo vinho tinto, discutindo se a lei de 2017 pode ser usada para um crime de 2013. Mas e se a vítima tivesse sido filha de um ministro? Será que a sentença ainda estaria 'pendente'? Será que o 'princípio da legalidade' ainda valeria? Ou seria um 'caso urgente de justiça social'? O direito não é neutro. Ele é um espelho da desigualdade. E hoje, o espelho está mostrando o rosto do poder.

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    Alicia Melo

    novembro 26, 2024 AT 12:47

    Espera aí, alguém acha que a Itália é mais justa que o Brasil? Porque se eu me lembro direito, lá eles prendem gente por andar de bicicleta sem capacete. E agora querem que a gente siga a lei deles? O que é mais absurdo: o crime ou a ideia de que a Itália é um modelo moral? E se o Robinho tivesse sido preso na China? Será que a gente ia aceitar? Não. Então por que aceitamos agora? Porque ele é famoso? Porque ele joga bola? Porque ele tem um sorriso bonito? Isso é justiça? Isso é ridículo.

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    Leonardo Melo

    novembro 27, 2024 AT 07:35

    mano, se ele fez isso, ele tem que pagar. ponto. não importa se é 2013 ou 2024. se a justiça italiana já decidiu, o brasil tem que respeitar. não é questão de lei, é questão de humanidade. não adianta falar em 'princípio' se a vítima tá sofrendo. ele tá livre, mas a culpa tá nele. e isso não muda com nenhum voto.

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    Valter Barbasio

    novembro 27, 2024 AT 09:04

    é tipo... você rouba um carro em 2010, e em 2015 a lei muda pra punir mais forte... mas aí você diz: 'ah, mas eu fiz antes, então não conta'. isso não faz sentido. o crime foi grave, o julgamento foi justo, e agora eles querem deixar ele solto por causa de um detalhe? sério? o que a gente tá fazendo aqui? estamos protegendo a lei ou protegendo o cara que a violou?

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    Ronaldo Pereira

    novembro 27, 2024 AT 16:45

    então se a lei é de 2017 e o crime foi em 2013, ele não pode ser preso? mas e se a lei tivesse sido feita antes? ele seria preso? então a diferença é só a data? isso é louco. a lei não deveria ser sobre o que você fez, mas quando você fez? isso não é justiça, é um jogo de cartas.

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    Zezinho souza

    novembro 29, 2024 AT 00:02

    acho que o mais importante é que o processo esteja sendo discutido com cuidado. mesmo que a gente não concorde, é bom que a gente veja que o sistema está funcionando. espero que a decisão final seja justa, pra todos.

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