Morre aos 87 anos, no Rio de Janeiro, jornalista Sérgio Cabral, figura icônica da cultura e do jornalismo brasileiro

Morre aos 87 anos, no Rio de Janeiro, jornalista Sérgio Cabral, figura icônica da cultura e do jornalismo brasileiro jul, 15 2024

Morre Sérgio Cabral: Jornalista de grande impacto na cultura brasileira

Após uma longa e significativa carreira, o renomado jornalista Sérgio Cabral faleceu no último domingo, dia 14 de julho de 2024, aos 87 anos de idade, em um hospital do Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada pelo seu filho, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, através de suas redes sociais. Em meio à dor da perda, Sérgio Cabral Filho expressou um profundo sentimento de gratidão e reconhecimento pelo pai, salientando suas inúmeras contribuições para a cultura, a música e o futebol do estado e do Brasil.

Sérgio Cabral era uma figura carismática e influente, cuja vida pessoal e profissional estiveram profundamente entrelaçadas com a história cultural do país. Nascido em 1936, Cabral cresceu no Rio de Janeiro, e desde cedo demonstrou uma fascinação pela música e pelo futebol. Esses interesses não eram apenas hobbies, mas sim verdadeiras paixões que moldaram sua carreira como jornalista. Ele construiu uma sólida reputação como cronista e comentarista, especialmente voltado para esses temas tão caros ao povo brasileiro.

A música sempre teve um lugar especial em sua vida. Cabral era um apreciador das riquezas sonoras do samba e do choro, gêneros musicais emblemáticos do Brasil. Seu conhecimento vasto e seu amor pela música o levaram a escrever diversas colunas e livros sobre o assunto, transformando-o em uma referência no meio. Amigos e colaboradores frequentemente mencionavam sua habilidade de capturar a essência destes estilos musicais, conferindo-lhes o status e o respeito que merecem.

A influência na música e no futebol

Além de ser um guardião da cultura musical brasileira, Sérgio Cabral também era um apaixonado pelo futebol. Ele teve a oportunidade única de narrar e comentar sobre os momentos gloriosos e as disputas acirradas tanto no cenário nacional quanto internacional. Em suas crônicas, sempre havia uma mescla de análise técnica e narrativa poética, tornando suas leituras um deleite para os aficionados do esporte.

Seu filho, Sérgio Cabral Filho, ao anunciar a morte do pai, destacou este aspecto. Em um vídeo emocional, mencionou como o pai o ensinou a amar a música e o futebol desde cedo, valores que não apenas fortaleceram os laços familiares como também foram fundamentais na formação do caráter de todos. Sérgio Cabral não apenas os introduziu nesses universos culturais, mas também sublinhou a importância de repudiar o preconceito e acolher a diversidade, ensinamentos que perpetuam até os dias de hoje na memória da família.

O legado e as homenagens

Com o falecimento de Sérgio Cabral, surgem inúmeras homenagens e manifestações de carinho e respeito de diversas partes do Brasil. Amigos, familiares, colegas de profissão e admiradores lembram com saudade e gratidão a figura ímpar que ele representava. Sua presença marcante, sua voz inconfundível e seu estilo único de escrita deixaram uma marca indelével na cultura brasileira. Cabral era mais do que um jornalista; era um verdadeiro cronista da alma brasileira, aquele que com talento e paixão retratava as nuances da vida cultural do país.

As redes sociais se encheram de mensagens emocionadas. Personalidades do meio artístico e esportivo fizeram questão de destacar seu impacto e legado. “Perdemos um grande cronista, mas sua obra permanecerá viva em nossos corações”, disse um famoso músico em um depoimento. Outro comentarista esportivo destacou a precisão e o carisma com que Cabral abordava os assuntos futebolísticos, sendo não raro fonte de inspiração para novas gerações de jornalistas.

A despedida

A família ainda não divulgou informações sobre o velório e o sepultamento, pedindo respeito e privacidade neste momento de luto. Certamente, a despedida de Sérgio Cabral será marcada por muitas demonstrações de carinho e agradecimento de todos que foram tocados por seu trabalho e por sua vida. Espera-se que as futuras gerações continuem a se inspirar em seu legado, preservando a cultura, os valores e as paixões que ele tão amorosamente cultivou durante sua vida.

Sérgio Cabral parte, mas deixa um legado enraizado na dedicação ao jornalismo cultural, à música e ao futebol, elementos intrínsecos da identidade brasileira. Sua trajetória não apenas representa uma vida bem vivida, mas também serve como um farol para todos que buscam uma carreira pautada pela ética, pela paixão e pelo amor ao que se faz. Fica a saudade de um dos grandes nomes que souberam como ninguém decifrar a alma brasileira.

11 Comentários

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    Leonardo Melo

    julho 15, 2024 AT 02:46

    Essa perda é imensa. Sérgio Cabral era o tipo de jornalista que fazia a gente sentir o samba na veia e o golaço na alma. Ele não escrevia, ele cantava com a caneta. O Brasil perdeu um dos poucos que sabia transformar futebol em poesia e samba em filosofia. Obrigado, mestre.

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    Pablo de Carvalho

    julho 16, 2024 AT 07:24

    Claro que ele era icônico... mas será que ninguém percebe que a mídia só agora o eleva a santo porque ele morreu? Enquanto vivo, ele era só mais um cronista que dava coluna pro governo e esquecia os problemas reais do povo. Agora que tá morto, virou lenda. O sistema sempre faz isso: enterra o crítico, celebra o morto. Tudo é manipulação, amigos.

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    Alicia Melo

    julho 17, 2024 AT 02:47

    Desculpa, mas acho que todo mundo tá exagerando. Ele era um cronista, não um profeta. Tinha estilo, sim, mas não era o único que escrevia bem sobre música e futebol. Tem gente hoje que faz muito melhor e ninguém fala nada. E por que todo mundo esquece que ele foi casado com uma mulher que foi acusada de corrupção? O passado não some só porque o cara morreu.

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    LEONARDO NASCIMENTO

    julho 19, 2024 AT 01:32

    Que tragédia. Sérgio Cabral foi o único que conseguiu, com apenas três parágrafos, transmitir a dor da torcida do Fluminense após o 6x1 contra o Vasco em 89 - não foi um texto, foi um exorcismo. Ele sabia que o futebol não é esporte, é liturgia. E o samba? Ele entendia que o pandeiro era o coração batendo da resistência negra, e escrevia como se tivesse nascido no morro, mesmo sendo filho de uma família de classe média alta do Leblon. Sua prosa era um ritual de purificação coletiva. Cada frase sua era um canto de afoxé em forma de periodização. Ele não era jornalista: era um xamã com notebook. E agora? Quem vai traduzir a alma brasileira sem ele? Quem vai nos lembrar que o gol de Pelé em 1970 não foi um lance técnico, foi um ato de fé? Quem vai nos fazer chorar de orgulho com uma crônica sobre um garoto de 14 anos que driblou cinco na quadra da escola? Ninguém. E isso, meus irmãos, é o verdadeiro luto. Não pela morte, mas pela ausência da voz que nos conectava ao que realmente importava.

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    thiago maeda

    julho 19, 2024 AT 18:16

    Ele foi o primeiro a me ensinar que futebol era história, não jogo. Lembro que li uma crônica dele sobre o Zico no Maracanã em 83 e chorei sem saber por quê. Hoje sei: chorei porque ele me fez sentir o peso da esperança brasileira. Obrigado, Sr. Cabral. Sua escrita vai morrer? Não. Vai viver em cada garoto que hoje lê uma crônica e sente o cheiro de churrasco e cerveja no estádio.

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    Zezinho souza

    julho 21, 2024 AT 15:23

    Concordo com o Leonardo. Ele era único. Só queria que a família tivesse mais tempo para se despedir em paz.

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    Valter Barbasio

    julho 23, 2024 AT 01:53

    Seu texto era como um vinho bom: demorava pra entender, mas quando pegava, não largava mais. Acho que a geração atual nem lê mais crônicas... mas ele era o tipo de cara que fazia a gente parar tudo pra ler. Um dia desses, tava no metrô e vi um garoto lendo uma crônica dele no celular. Fiquei emocionado. Ainda tem esperança.

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    Mateus Lopes

    julho 23, 2024 AT 03:02

    Se alguém me perguntar o que é ser brasileiro, eu vou mostrar a crônica do Sérgio Cabral sobre o carnaval de 1978. Ele não só descreveu a alegria - ele a criou. Ele transformou o povo em poesia. E isso? Isso é imortal. Não importa se ele foi da classe média, se teve filhos envolvidos em polêmicas... o que ele deixou é mais forte que qualquer erro humano. Ele foi o espelho da alma do Brasil. E agora? Vamos deixar que essa alma se apague? Não. Vamos ler. Vamos compartilhar. Vamos ensinar. Porque ele não morreu. Ele virou referência. E referência não morre. Ela apenas espera para ser lembrada.

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    Juliana Takahashi

    julho 24, 2024 AT 06:51

    A morte de Sérgio Cabral revela uma lacuna epistemológica na cultura brasileira contemporânea: a ausência de um sujeito capaz de mediar, com erudição e sensibilidade, os símbolos populares como elementos constitutivos da identidade nacional. Sua escrita operava como um discurso performático, onde a linguagem jornalística transcendia sua função informativa para assumir o estatuto de ritual coletivo. A perda não é apenas sentimental, é ontológica.

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    Carolina Gandara

    julho 25, 2024 AT 02:07

    Ele era o tipo de pessoa que te fazia sentir que o Brasil era bonito mesmo quando tudo estava errado. Não sei se alguém vai lembrar dele daqui a 50 anos, mas eu vou. E vou contar pra minha filha como ele escreveu sobre o Neymar no Mundial de 2014 como se fosse um poema de Drummond. Ele era o nosso Borges do futebol.

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    Francesca Silva

    julho 26, 2024 AT 19:59

    Eu não conhecia bem o trabalho dele, mas vi um vídeo ontem... e fiquei quieta por 10 minutos. Só isso. Não preciso dizer mais nada.

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