Nos últimos meses, o termo “golpe do césio” tem aparecido em manchetes e nas redes sociais. Mas o que realmente aconteceu? Em poucas palavras, trata‑se de uma fraude envolvendo a venda ou distribuição de materiais contendo césio‑137, um isótopo radioativo usado em medicina e indústria. Pessoas ou grupos passaram a oferecer supostos descontos ou oportunidades de negócio, enganando compradores e colocando em risco a saúde pública.
O césio‑137 não é coisa que se compra no supermercado; ele pode causar queimaduras, contaminação e problemas de longo prazo se for manipulado sem cuidados. Por isso, o golpe gerou assustança e, ao mesmo tempo, muita desinformação. Vamos descomplicar o assunto, mostrar como a trama funcionou e, principalmente, o que você pode fazer para não cair nessa armadilha.
Os golpistas começaram enviando e‑mails ou mensagens em grupos de WhatsApp, alegando que tinham grandes quantidades de césio‑137 a preços de banana. Eles usavam nomes de empresas legitimas, documentos falsos e até certificados falsos para dar credibilidade. Muitas vítimas acreditaram que o material seria usado em laboratórios de pesquisa ou em equipamentos de radioterapia, áreas onde o césio realmente tem aplicação.
O ponto crítico foi a promessa de “entrega rápida” e “sem burocracia”. Quem pagava adiantado recebia, na maior parte das vezes, recipientes vazios, objetos comuns ou, pior ainda, substâncias tóxicas que não tinham nada a ver com césio. Em alguns casos, o material chegou realmente contaminado, forçando autoridades a fechar locais e fazer descontaminação.
Como resultado, mais de dezenas de pessoas foram expostas a radiação, e a Polícia Federal acabou abrindo investigação para identificar a rede de criminosos. O caso acabou gerando debates sobre a necessidade de controle mais rígido na cadeia de suprimentos de materiais radioativos.
Primeiro, desconfie de ofertas que parecem boas demais. Qualquer proposta envolvendo césio‑137 vai exigir licenças especiais, autorizações da ANVISA e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Se alguém lhe pedir documentos sem que você tenha acesso a eles, é sinal de alerta.
Segundo, nunca faça pagamentos adiantados sem verificar a procedência da empresa. Pesquise o CNPJ, procure reclamações em sites de defesa do consumidor e entre em contato direto com a CNEN para confirmar a existência da licença.
Terceiro, se receber um material suspeito, isole o objeto, não toque e avise imediatamente as autoridades. O telefone da Polícia Federal (190) ou o da Defesa Civil local podem encaminhar o caso para unidades especializadas.
Por fim, compartilhe informação correta. Muitas pessoas caem nesse golpe por falta de conhecimento sobre o que é o césio‑137 e como ele deve ser manejado. Explique a amigos, familiares e colegas de trabalho que materiais radioativos são altamente controlados e que ofertas informais são quase sempre fraudes.
O golpe do césio mostrou como a desinformação pode ser perigosa, mas também deixou claro que a prevenção começa com atitude: questione, verifique e denuncie. Assim, você ajuda a proteger a sua saúde e a de quem está ao seu redor.
Dois advogados foram detidos em Goiás, Brasil, sob suspeita de envolvimento em um esquema para obter isenções fiscais fraudulentas com laudos médicos falsificados sobre contaminação por césio. O 'Golpe do Césio', como é conhecido, descobriu que os advogados moveram cerca de 80 ações judiciais com documentos falsos para isentar clientes de impostos sobre a renda. Essa operação marca um esforço significativo das autoridades para combater a evasão fiscal no país.
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