Munchausen por procuração: o que é e como identificar

Você já ouviu falar de alguém que leva o médico ao hospital só para chamar atenção? Quando quem finge a doença não é o paciente, mas quem cuida dele, o caso se chama Munchausen por procuração. É uma forma de abuso onde o cuidador cria ou exagera sintomas para obter cuidados, elogios ou até benefícios financeiros.

Essa prática pode acontecer com crianças, idosos ou pessoas com deficiência. O cuidador pode inventar testes, mudar doses de remédios ou até provocar lesões para justificar intervenções médicas. O objetivo pode ser vazio de empatia: o prazer de ser o "herói" nos bastidores ou a esperança de receber dinheiro de seguros.

Principais sinais de alerta

Ficar atento aos indícios ajuda a proteger a vítima. Observe se os episódios de doença são muito frequentes, se os sintomas mudam de um dia para o outro ou se desaparecem quando o cuidador não está por perto. Relatos de diferentes médicos que não batem entre si costumam ser um alerta vermelho.

Outros indícios incluem:

• Exames repetidos sem diagnóstico claro.
• Recusa de exames que possam revelar a verdade.
• História médica que parece inventada ou exagerada.
• Comportamento controlador e superprotetor do cuidador.

Consequências e como agir

Além do sofrimento físico, a pessoa enganada pode desenvolver ansiedade, depressão ou transtorno de estresse pós‑traumático ao descobrir a fraude. Legalmente, o cuidador pode responder por maus‑tratos, fraude de seguros e até crime de lesão corporal.

Se você suspeita de Munchausen por procuração, procure um médico de confiança, relate tudo detalhadamente e peça avaliação psicossocial. Serviços de assistência social e delegacias especializadas em crimes contra a pessoa também podem intervir.Para familiares, a melhor postura é manter um registro de datas, sintomas e consultas. Isso cria um histórico que ajuda profissionais a perceber padrões e tomar decisões corretas.

Lembre‑se: quem finge doença por carinho ou dinheiro coloca a saúde de outra pessoa em risco. Identificar e denunciar a prática protege vítimas vulneráveis e impede que o cuidador continue abusando do sistema de saúde.