Você já ouviu falar do Triássico tardio e ficou meio perdido? Não se preocupe, aqui a gente descomplica. O Triássico tardio é a última fase do período Triássico, que durou de 237 a 201 milhões de anos atrás. Foi um momento de transição: o planeta ainda se recuperava da extinção Permiano‑Triássica, a maior da história, e já começava a preparar o terreno para o Jurassic, onde os dinossauros dominaram.
Imagine um mundo quente, quase sem polos gelados, com grandes desertos e mares rasos espalhados pelos continentes. O clima era predominantemente árido, mas havia regiões úmidas perto das costas e nos vales fluviais. Essa mistura criou habitats bem variados, permitindo que diferentes grupos de animais e plantas ocupassem nichos que antes estavam vazios.
Uma característica marcante era o “efeito estufa” natural: gases como dióxido de carbono estavam em alta, mantendo as temperaturas elevadas. Isso favoreceu a expansão de coníferas e cicadófitas, além de facilitar a evolução dos primeiros répteis verdadeiros.
Depois da catástrofe Permiana, os sobreviventes começaram a se diversificar rapidamente. No Triássico tardio, surgiram os primeiros dinossauros, embora ainda fossem poucos e pequenos. Ao lado deles, os pterossauros já voavam, e os temnosaurídeos — parentes dos crocodilos — ocupavam rios e lagos.
Na terra firme, os primeiros mamíferos primitivos, quase invisíveis, já estavam dando seus primeiros passos. As plantas não ficaram atrás: as primeiras coníferas verdadeiras e os primeiros grupos de samambaias começaram a formar florestas densas, oferecendo alimento e abrigo para os herbívoros.
Esses grupos formaram cadeias alimentares complexas, com predadores como o Eoraptor caçando pequenos herbívoros, enquanto os grandes herbívoros herbívoros como o Plateosaurus pastavam nas florestas.
Nos últimos anos, escavações na Argentina, na China e na África do Sul trouxeram fósseis surpreendentes. Um esqueleto quase completo de um dinossauro herbívoro encontrado na Argentina mostrou que ele tinha penas finas, reforçando a ideia de que as penas surgiram antes dos primeiros pássaros.
Na China, fósseis de répteis marinhos revelaram adaptações incríveis para viver em ambientes rasos e salinos, indicando que a biodiversidade marinha já era rica antes do Jurássico. Já na África do Sul, foram descobertos vestígios de plantas que sugerem períodos de chuva mais intensos do que se pensava antes.
Essas descobertas ajudam a entender como a vida se reorganizou após a extinção e mostram que o Triássico tardio foi muito mais dinâmico do que imaginávamos.
Se você curte saber como a Terra se transformou ao longo de milhões de anos, vale a pena acompanhar as pesquisas sobre o Triássico tardio. Cada novo fóssil é como uma peça de quebra-cabeça que deixa o panorama da história da vida mais claro. E o melhor: ainda tem muito por descobrir!
O mais recente Doodle do Google homenageia o Staurikosaurus, um dos dinossauros mais antigos da Terra. Esta pequena criatura herbívora viveu há cerca de 225 milhões de anos no Período Triássico Tardio e foi descoberta no Brasil em 1979. O Doodle destaca as características únicas e o ambiente pré-histórico deste dinossauro, trazendo maior conscientização sobre o seu papel na história dos seres primitivos da Terra.
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