ViaMobilidade anuncia viaduto de R$ 480 milhões ligando linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda em SP

ViaMobilidade anuncia viaduto de R$ 480 milhões ligando linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda em SP nov, 18 2025

Em um movimento que pode mudar radicalmente a dinâmica do transporte público na zona oeste de São Paulo, a ViaMobilidade anunciou na quarta-feira, 22 de janeiro de 2025, a construção de um viaduto ferroviário de R$ 480 milhões para conectar diretamente as estações Ceasa (Linha 9-Esmeralda) e Imperatriz Leopoldina (Linha 8-Diamante). A obra, fruto de parceria com o Governo do Estado de São Paulo, não é só um trecho de trilho novo — é uma ponte entre dois sistemas que, até agora, funcionavam como ilhas isoladas. E o impacto? Milhões de passageiros ganharão minutos, segurança e previsibilidade no dia a dia.

Uma ligação que o tempo já pedia

O viaduto, que cruzará a região entre os bairros de Barra Funda e Água Branca, permitirá que trens da Linha 9-Esmeralda cheguem até a estação Imperatriz Leopoldina sem precisar descer, trocar de linha ou pegar ônibus de conexão. Até agora, quem ia de Osasco para Júlio Prestes, por exemplo, tinha que fazer pelo menos duas transferências. Agora, será possível ir direto — e com menos tempo de espera. A ViaMobilidade garante que o intervalo entre os trens cairá para cerca de três minutos nos horários de pico, algo inédito na rede metropolitana. Isso significa que, em vez de esperar 10, 12 ou até 15 minutos, o passageiro vai ver o próximo trem chegar quase como um metrô.

Expansão e integração: mais do que um viaduto

Mas o projeto vai além. O viaduto é apenas a peça central de uma rede maior. A Linha 9-Esmeralda será estendida até Água Branca ou Barra Funda, criando uma nova rota direta entre Pinheiros e a zona oeste. Isso abre caminho para trens expressos durante grandes eventos — como o Grande Prêmio de Fórmula 1 em Interlagos ou o Lollapalooza, em São Paulo. A ideia é ter trens especiais que saem de Osasco ou Barueri e chegam ao Autódromo em menos de 40 minutos, sem paradas intermediárias. Um sonho para quem hoje enfrenta trânsito caótico para chegar aos eventos.

Revoluções em paralelo: sinalização, segurança e estações

Enquanto o viaduto é construído, outras revoluções já estão em andamento. Em junho de 2025, a Alstom começa a instalar o sistema de sinalização ETCS nível 2 nas duas linhas — uma tecnologia europeia que permite monitorar em tempo real a posição de cada trem, aumentar a frequência e reduzir riscos de colisão. O contrato, assinado em 30 de maio de 2025, tem prazo de seis anos. E não é só isso: a ViaMobilidade já investiu R$ 192 milhões na revitalização de 17 estações, como Morumbi, Cidade Universitária, Lapa e Barueri. Outras 7 estão em fase de reforma, incluindo Júlio Prestes, que recebe R$ 42 milhões e deve ser entregue em janeiro de 2026.

Na segurança, os resultados são impressionantes: após a instalação de 300 novas câmeras de monitoramento, os furtos de cabos elétricos caíram 73,3% em 2025. Isso não é só um ganho financeiro — é um ganho de confiança. Passageiros agora sentem que o sistema está sendo cuidado. E isso faz toda a diferença.

Um investimento de R$ 4,1 bilhões em três anos

Desde que assumiu a concessão em 2022, a ViaMobilidade já aplicou R$ 4,1 bilhões nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. São mais de 40 estações sendo modernizadas, trens mais novos, trilhos trocados, sinalização digital e, agora, uma integração física entre duas das linhas mais movimentadas da região. Adriana Martins, diretora de engenharia da Motiva Trilhos (parceira da ViaMobilidade), resume bem: “Um transporte eficiente vai além da operação diária. Envolve infraestrutura moderna, integração inteligente e respeito à mobilidade de todos.”

Isso não é apenas um projeto de engenharia. É uma mudança cultural. O passageiro que hoje vê o trem como um último recurso pode começar a vê-lo como a melhor opção — se o sistema for confiável. E, pela primeira vez em anos, há sinais claros de que isso pode acontecer.

O que vem a seguir?

Nos próximos 12 meses, a expectativa é que as obras de expansão da Linha 9-Esmeralda até Água Branca comecem oficialmente. A previsão de conclusão do viaduto é 36 meses após o anúncio — ou seja, janeiro de 2028. Mas já há pressão da população para acelerar os cronogramas. O Governo do Estado de São Paulo sinalizou que, se os prazos forem cumpridos, poderá liberar novos recursos para a integração com a Linha 17-Ouro, o monotrilho de São Paulo.

Além disso, a ViaMobilidade estuda a possibilidade de criar um bilhete único entre as linhas 8, 9 e 17 — algo que, até agora, só existe em parte na Linha 4-Amarela. Se isso acontecer, será o primeiro passo para uma rede metropolitana verdadeiramente integrada, sem burocracias entre operadoras.

Frequently Asked Questions

Como essa interligação vai afetar quem mora em Osasco ou Barueri?

Moradores de Osasco e Barueri ganharão acesso direto a pontos-chave como Júlio Prestes, Barra Funda e até o centro de São Paulo sem precisar trocar de trem. A viagem de Osasco a Júlio Prestes, que hoje leva cerca de 55 minutos com duas transferências, pode cair para 40 minutos com a nova ligação. Isso reduz o tempo total de deslocamento e evita filas em estações lotadas.

Por que o sistema ETCS nível 2 é tão importante?

O ETCS nível 2 é um sistema europeu de sinalização que permite que trens circulem mais próximos uns dos outros com segurança. Isso aumenta a capacidade da linha em até 30%, permitindo mais trens por hora. Além disso, ele monitora a velocidade e freios automaticamente, reduzindo riscos de acidentes e melhorando a pontualidade. É o mesmo sistema usado em trens de alta velocidade na Europa.

Quais estações já foram revitalizadas e quais estão por vir?

Já foram revitalizadas 17 estações, como Morumbi, Cidade Universitária, Lapa, Barueri e Santo Amaro. As próximas incluem Ceasa, Jandira, Hebraica-Rebouças, Autódromo e Villa Lobos – Jaguaré, com obras iniciadas em 2024. A estação Júlio Prestes, com R$ 42 milhões em investimento, será entregue em janeiro de 2026 e terá nova acessibilidade e áreas comerciais.

O projeto vai resolver o problema de superlotação nas linhas?

Não resolve sozinho, mas é um passo fundamental. Com a redução do intervalo entre trens para 3 minutos e a expansão da capacidade da Linha 9, a ViaMobilidade poderá transportar até 20% mais passageiros por hora. Isso alivia pressão em estações como Barra Funda e Lapa, que hoje estão entre as mais lotadas da região. Mas a solução definitiva exige também a integração com a Linha 17-Ouro e o metrô.

Por que o governo está investindo tanto agora?

Após anos de negligência, a pressão popular e os dados de crescimento do transporte coletivo forçaram uma mudança. Em 2024, as linhas 8 e 9 transportaram 1,2 milhão de passageiros por dia — um aumento de 18% em dois anos. O governo entendeu que manter o sistema como está é mais caro do que investir. A redução de 73% nos furtos de cabos já devolveu milhões aos cofres públicos.

Haverá aumento na tarifa por causa desses investimentos?

Atualmente, não há planos de reajuste vinculado a esse projeto. Os investimentos são financiados por contratos de concessão e recursos estaduais, não por aumento de tarifas. A ViaMobilidade tem metas de eficiência que, se cumpridas, devem gerar economia operacional suficiente para cobrir os custos. Mas a população está atenta: qualquer reajuste futuro será acompanhado de perto.